segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Porque temos Medo? Porque nos deixamos dominar por este sentimento?

Existem diversas definições, consoante o ponto de vista, a área a que está afecto e evidentemente, dependendo de quem define, mas de uma forma simples podemos definir como "(...) uma perturbação angustiosa perante um risco ou uma ameaça real ou imaginária. O conceito também se refere ao receio ou à apreensão que alguém tem de que venha a acontecer algo contrário àquilo que pretende.(...)". Falamos de medo. O medo existe, é o que permite ao Homem "decidir" como se comporta perante determinado acontecimento. Este sentimento é o responsável pelo mecanismo fisiológico denominado "Fight-or-flight", que traduzido à letra pode ser algo como "lutar ou fugir". Mas que mecanismo é este? Não é mais que uma resposta fisiológica, induzida por um desencadear de factores hormonais que permitem a um animal, o Homem incluído, reagir numa situação de stress agudo, como é o caso de um medo repentino. É a reacção fisiológica, incontrolável, que permite ao indivíduo reagir perante o stress agudo, quando se encontra "encostado entre a espada e a parede". Perante essa situação e como as próprias palavras indicam tem duas hipóteses, a fuga ou a luta. Evadir-se ou encarar o problema de frente e lutar. Evidentemente que no mundo animal, a luta implica um confronto físico, mas nós Seres Humanos, lutamos de que forma? De várias. Incluindo o confronto físico. Todas as formas de luta são encaradas como um encarar do problema, o enfrentar de uma situação com o objectivo de obter uma resposta, de alcançar um objectivo.

Mas quando somos dominados pelo medo, qual o caminho mais fácil? Depende. Depende da situação que nos é apresentada, depende da temática em questão. Mas uma coisa é certa, o medo é o responsável pelo hipotecar de situações, pelo dilacerar de sentimentos, pela manutenção da nuvem negra a que vulgarmente chamamos dúvida. O medo mais comum é o medo do futuro. Quantas vezes, por medo, deixamos de fazer isto ou aquilo? Deixamos de dizer o que pensamos, com medo do que os outros possam pensar, da interpretação que os outros vão dar ás nossas palavras. O medo está sempre presente. Então de que forma podemos combater este medo? Bom, não existe uma receita mágica, ou guideline que nos diga o que fazer perante esta ou aquela situação. Depende de cada um, do modo como cada um encara a vida e dos seus objectivos perante a própria vida.

E depois há a questão da bagagem. Como seres pensantes e racionais não conseguimos viver situações presentes ou pensar no futuro sem involuntariamente implicar o nosso passado. As nossas vivências passadas, influenciam todos os passos que damos hoje, ou que iremos dar no futuro. Mas isto não é forçosamente mau. É extremamente importante aprender com o passado, é assim que o Ser Humano evolui, mas não podemos deixar que o passado influencie de forma negativa o presente ou o futuro. Temos a obrigação, como seres racionais que somos, de analisar o passado e elaborar estratégias para um presente e um futuro melhores. Mas é isso que acontece na prática? Tenho de dizer que não! A maioria das pessoas escuda-se no medo para evitar desilusões e frustrações. É comum ouvirmos dizer: "nunca mais me volto a apaixonar, assim não me volto a magoar" ou "não quero pensar se vou ser promovido ou não, anseio por mais, mas pelo menos já sei com o que conto agora. Não vou trocar o certo pelo incerto." ou ainda "cuidado! Quanto maior o sonho maior a queda". E eu agora pergunto? Quem não ama é mais feliz do que aquele que ama e tem um desgosto de amor? Quem tem medo de evoluir na carreira está satisfeito com o lugar que ocupa no presente? Não quer mais? Será mais feliz o que vê alguns sonhos desfeitos, do que o que simplesmente não sonha? Temo que a resposta a todas estas perguntas seja um grande não!
Então porque a maioria das pessoas se comporta desta forma. A resposta está na primeira linha deste texto: por medo! O medo é um sentimento tão forte que ou é combatido ou te vence de forma irremediável, mas com a vantagem que quando é enfrentado torna-se quase inexistente. Porque não existe nenhum "João sem medo". O medo existe e está lá, tem de estar. É um sinal de inteligência ter medo, mas é um sinal de inteligência ainda maior, ter coragem para dominar esse medo. O medo é o que transforma as palavras: viver em sobreviver, lutar em acomodar, batalhar por desistir ou evoluir por involuir. Com base em tudo isto, cabe-me a mim perguntar: porque a maioria das pessoas prefere sobreviver em vez de viver?

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