quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A dúvida

Hoje dei por mim a pensar: "mas porquê tudo isto?". Talvez seja o tempo farrusco, as saudades ou simplesmente, a falta de paciência que hoje me assola e me acompanha. Uma bagagem que se começa a transformar num fardo... Uma atitude que desencadou outras tantas, e que ela própria foi consequência de movimentações anteriores.  A dúvida começa a crescer, a tornar-se dilacerante. Uma alma inquieta e com demasiadas interrogações.
"Mas porquê tudo isto?". Continua sem resposta. A cada vez que a pergunta se repete, mais e mais distante me torno de encontrar uma resposta. Respostas existem, claro, mas... quando somos demasiado cerebrais, procuramos respostas sérias, objectivas, pragmáticas, mas há dias (semanas, meses) que estas teimam em não aparecer.  Um dos meus mandamentos, é viver (ou tentar) sem dúvida. Quando a dúvida surge, começa a escalada. A epopeia de não descansar enquanto a dúvida não estiver desfeita. Mas a jornada é longa, a outrora alta montanha, é hoje um vulcão em erupção diária, que quanto mais se escala, mais longe se fica do cume. Mas quando o ponto de partida está mais longe do que a meta, não há outra solução senão continuar a caminhada. É um caminho sem retorno. A dúvida persiste, mas a caminhada para encontrar a solução, está em curso e assim continuará.
Hoje dei por mim a pensar: "mas porquê tudo isto?". Dei por mim a pensar e repensar e... não cheguei a conclusão alguma.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

"(...) é algo complexo, difícil de explicar, igualmente difícil de sentir e impossível de ultrapassar"

Talvez o pior sentimento que posso ter por uma pessoa. Um sentimento destrutivo, e na grande maioria das vezes (seria demasiado presunçoso se dissesse na totalidade das vezes, mas é quase isso) sem retorno. Um sentimento dilacerante, difícil de superar, e uma vez superado, jamais volta a trás, onde não existe o "tudo volta a ser como antes". Por isso sim, tenho de afirmar, que se calhar nunca é superado. Deixa marcas demasiado profundas para poderem ser pagadas. Podem ser disfarçadas, mas nunca desaparecem. É como uma cicatriz num pós operatório. A marca original não está lá, mas está presente algo que nos fará sempre relembrar o passado. A desilusão é algo complexo, difícil de explicar, igualmente difícil de sentir e impossível de ultrapassar. Muitas vezes dizemos "tu desiludiste-me", mas raramente isso acontece. Ou pelo menos com a importância que essa palavra carrega em si. A verdadeira desilusão é algo terrível. Destrói relações, amizades, projectos, destrói acima de tudo as pessoas. Mas como lidar com isto? No que a mim me diz respeito, é difícil de ultrapassar. Talvez por eu acreditar demasiado nas pessoas, ter uma fasquia demasiado elevada em relação aos outros e a mim próprio. Sou exigente comigo mesmo, e por conseguinte com os que me rodeiam. E quando sou desiludido, raramente tem retorno... É um caminho sem retorno. Reconheço que possa ser um defeito, mas perdoar algo grave ao ponto de ficar desiludido, é quase impossível. Como se costuma dizer, é mais fácil construir do que remediar. E quando a desilusão aparece, é uma espiral de situações que necessitam remédio. E infelizmente essa capacidade nem sempre está presente. Não para todos. É muito comum ouvir as pessoas dizerem que perdoam esta ou aquela situação, mas perdoam realmente? Na maioria das vezes não. Na primeira situação desfavorável, na primeira discussão, o "assunto" que tinha sido alvo de perdão é simplesmente "atirado à cara" da pessoa com quem se está a discutir. Por isso, qual o objectivo de se dizer que se perdoa, quando na verdade não o fazemos...? Porque para mim a verdadeira desilusão, é eu desistir dessa pessoa. Não há ódio, não há rancor, não há raiva, simplesmente não existe essa pessoa. Perde-se irremediavelmente e.. para sempre.

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura. 

- Florbela Espanca -

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O espelho do passado

Um dia vais parar, olhar para trás e pensar: - "Se fosse hoje, faria tudo de forma diferente, não teria cometido metade dos erros que cometi, não teria feito isto ou aquilo". 
Depois voltas a ti e dizes para ti mesmo: - "Claro que faria tudo da mesma forma, não mudaria uma vírgula, porque não saberia como seria o futuro,e só deste modo, se pode viver ao invés de passar pela vida de forma discreta e suave; viver em vez de sobreviver".

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Amizade

Podes passar por muitas coisas, conhecer muitos sentimentos, sensações, histórias, mas nunca irás encontrar nada mais importante e essencial do que a amizade. É assim, de forma simples, que eu defino o mais nobre, e tal vez por isso, o sentimento mais difícil de construir e acima de tudo manter - a amizade!

É de facto muito difícil conseguir por em palavras o que é uma verdadeira amizade. É um compromisso de honra entre 2 pessoas, entre dois amigos. Ser amigo, é muito mais do que ser parente de alguém. É sem companheiro! A amizade verdadeira, é inabalável, resiste a tudo. É o resultado de uma escolha de duas pessoas, que não se conhecem de "lado algum", mas que partilham ideias, sentimentos, pontos de vista. Por vezes podem até ter ideias diametralmente opostas, mas conseguem aceitar a decisão da outra parte, sem julgar, sem pedir nada em troca. São movidos por interesses (essencialmente imateriais) comuns. Apoiam-se nos momentos bons, mas essencialmente nos momentos cinzentos. Estão sempre lá. Mesmo que não se comuniquem durante muito tempo, sabem que contam um com o outro. E o mais curioso é que por vezes, após estar tanto tempo sem saber notícias do outro, um dia resolvem restabelecer contacto, e curiosamente (ou então não) é nessa altura que estão a precisar um do outro. O verdadeiro amigo, percepciona que o outro precisa dele. Não é cientificamente explicável (eu pessoalmente não o consigo explicar) mas há aquela sensação de que estão a precisar de nós. Consigo perceber, ainda antes mesmo do "pedido de ajuda". Porque o verdadeiro amigo não precisa de pedir ajuda, muito antes disso, o outro já sabe que é mais preciso que nunca. E está lá. Simplesmente está! Está sempre, estará sempre!

É capaz de ser uma das palavras mais incorrectamente usada. Usamo-la em todo lá, até em algumas redes sociais. Mas temos assim tanto amigos? Óbvio que não. Quem diz que tem muitos amigos, não tem nenhum, já o dizia Aristoteles. Os verdadeiros amigos são aqueles que se contam pelos dedos das mãos, e muito provavelmente ainda sobram dedos!

Contrariamente ao que a maioria das pessoas diz, para mim a família não é o mais importante. A família não se escolhe, já nascemos dentro de uma família, quer gostemos quer não, é nossa. Não foi uma escolha nossa, foi-nos imposta! Para mim o mais importante são de facto os amigos! Evidentemente que existem determinados membros da família, mais importantes que outros, mas esses para mim são amigos, que por acaso tem como uma das suas características ser meus familiares. A amizade é o mais importante da vida. Conseguir ser-se verdadeiro amigo de alguém, é um verdadeiro desafio. Um desafio permanente. E não importa o tempo de uma amizade, não é o tempo que define a amizade, mas sim o que se faz com essa pessoa, o que se partilha, o modo como se partilha. E melhor do que ser ajudado por um amigo é poder ajudar um. É um sentimento indiscritível. Aos que posso chamar de amigos, só me resta agradecer. Obrigado por serem meus amigos, contra tudo e contra todos, aqui ao lado ou a milhares de quilómetros, sabem que podem contar comigo para tudo. Sempre! Porque um verdadeiro amigo, nunca te vai pedir algo que saiba que tu não tens capacidade de fazer...



"Em todos os parentes o amor é acidente que se pode mudar; no amigo fiel é essência, e por isso imutável." - Antonio Vieira

"Há quem procure o padre, outros refugiam-se na poesia, eu procuro os meus amigos." - Virginia Woolf 

"Ó serena amizade! 
Tu prestas mais que Amor: seus vãos favores 
São caros, são custosos."  - Bocage

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Mudança

O ser humano é relutante à mudança. Isso está comprovado e podemos observá-lo todos os dias; nas pessoas que nos rodeiam e em nós próprios. Evidentemente que existem pessoas mais relutantes à mudança que outros. Não é facil mudar, de facto, mas é a mudança que nos torna capazes de evoluir, de melhorar, de encontra o que de facto gostamos, o que contribui para a nossa felicidade. Nem sempre é fácil, é verdade. Principalmente as grandes mudanças, como mudar de profissão, de país, de vida... Eu tinha um bisavô que costumava dizer: "mudar sempre, nem que seja para pior. O importante é mudar". Eu não sou tão extremista, ou se calhar sou.. Passo a explicar. Quando estamos conscientes que a mudança que se nos apresenta pela frente, é pior do que a situação em que estamos presentemente, não faz muito sentido mudar. Ninguém que estar numa situação (social, pais, família, relacionamento...) pior do que está, mas é um facto que muitas vezes as "más mudanças" são um pilar essencial numa mudança futura que irá contribuir para a nossa felicidade. Quem nunca apreendeu com uma situação desfavorável, com um erro? Todos nós! O importante é de facto sinalizar o que de menos bom/mau nos aconteceu para delinear estratégias, (re)definir rumos. Só assim se consegue evoluir. E como já tive oportunidade de dizer anteriormente, creio que a maior capacidade do ser humano é a evolução, não apenas a evolução física, mas sobretudo a evolução mental, a evolução de raciocínio.

Então porque somos tão relutantes a mudar (uns mais que outros)? Porque dá trabalho! Provoca sofrimento! Provoca angústias, separações, discussões, divergências de opinião, mas no final... No final vale sempre a pequena. E tal como dizia um dos grandes poetas portugueses: 



"(...)
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
(...)"

Fernando Pessoa - Mar Português (excerto)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Estar só é estar sozinho?

Há momentos em que nos sentimos completamente sós. Outros em que precisamos do nosso espaço, do nosso isolamento e não conseguimos repelir aqueles que estoicamente estão à nossa volta. Estamos sós ou estamos sozinhos? Depende dos casos. Estar só não obriga a que estejamos sozinhos e vice versa. Acaba por ser confuso, mas acredito que não é o mesmo. Sentir-se só não é sentir-se solitário. Ou será? Quantas vezes estamos numa sala repleta e sentimo-nos completamente sozinhos, deslocados, sentimos que não fazemos parte daquele filme, que não somos actores daquela peça? Na realidade algumas vezes. Mais das que gostaríamos. O ideal seria nunca conseguirmos percepcionar esse sentimento, mas é um facto que ele acontece. Mas porquê? Porque nos sentimos como um "lobo solitário" quando estamos rodeados de tanta gente? De pessoas que amamos, que conhecemos, pessoas com quem temos pontos em comum? Acredito que seja porque em determinado momento, naquele momento específico, estamos com um "trabalho entre mãos". Com uma situação familiar não resolvida. No deadline de um projecto laboral que temos de cumprir. A viver um desgosto, seja ele qual for. São tudo situações que fazem o nosso cérebro, não querer pensar em mais nada, senão no que temos pendente. Acredito ser um mecanismo de auto-defesa. Um "grilo falante" que nos ajuda a de facto dar importância ao que é prioritário. É nessa altura que nos encerramos no nosso Mundo e deixamos de estar disponíveis para os outros. Alienamos o que está à nossa volta, até que ouvimos a famosa frase "Estás a ouvir? Estou a falar contigo...!" Nessa altura tudo muda... ou então tudo permance igual. Simplesmente por uma questão de educação, ou simples cortesia afastamo-nos do nosso mundo e voltamos a assentar os pés da Terra. É capaz de ser um dos piores sentimentos, o de sentirmo-nos sós, ter medo de ficar só... mas isso por si só é motivo para nos "atirarmos de cabeça" para determinadas situações, ou será...? Questiono-me sobre tudo isto, mas ainda não obtive todas as respostas. E ainda bem, porque viver sabendo tudo, não é certamente a mesma coisa. Não se vive com a mesma intensidade. A vida é fascinante, por isso mesmo, porque vamos obtendo resposta ao longo do caminho e mesmo quando obtemos as piores respostas, é também com elas que aprendemos.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

E se...

Quantas vezes deixamos de fazer isto ou aquilo porque pensamos na malograda frase:"E se...?" De facto muitas, mais do que devíamos, atrevo-me a dizer. É natural existirem dúvidas, medos, receios. A dúvida faz parte da condição humana. Mas deve a dúvida tomar conta das nossas vidas? Dito de outra forma, deve a dúvida hipotecar as nossas decisões? Não! Mas é o que acontece na maior parte das vezes. A dúvida resulta do medo de arriscar, do receio de encontrar uma situação ou a concretização de uma ideia, contrária ao que nós queremos ou idealizamos. O medo do fracasso consegue sobrepor-se a uma ideia que nos agrada, a um sentimento que para nós é novo ou simplesmente a uma vontade de arriscar. Mas e SE não arriscarmos? SE não quisermos dar o benefício da dúvida será que alguma vez ficaremos a saber o que o futuro nos reservava? Não! Mas não é fácil deixar de "dar ouvidos à razão" em etapas ou assuntos que merecem mais reflexão. Os SE estão presentes em todos os campos da nossa vida, desde o trabalho, aos amigos, passando pelo amor. Estão sempre presentes, no entanto, temos de ter a coragem de arriscar mais, deixarmo-nos de hipóteses e inseguranças, só assim se consegue viver ao invés de sobreviver. E a prova disso, é que quando estamos numa situação positiva, seja ela qual for, e pensamos de forma inversa,naturalmente esboçamos um sorriso quando nos perguntamos: "E SE eu não tivesse arriscado, agora estaria tão feliz...?"  Por alturas do início do ano novo chinês, ou ano lunar, desejo a todos os votos de um 2014 com menos SE, com mais sucessos, a cima de tudo... com mais!  Kung Hei Fat Choi :)

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Vira o disco e toca o mesmo, a área cinzenta permanece.

Ontem num episódio de insónia, surge uma conversa com a minha irmã. Palavra aqui, frase ali, e começamos a falar de tudo e de nada ao mesmo tempo, aliás como sempre. E entre os temas da actualidade surge a co-adopção homossexual. Confesso que fiquei surpreso com a sua opinião sobre esta tentativa, e esse facto pôs-me a pensar, a questionar, a pesquisar mais sobre o assunto. O que actualmente está sobre a mesa, não é a adopção de uma criança por um casal do mesmo sexo, mas sim a co-adopção. Mas será que as pessoas sabem de facto o que quer dizer co-adopção (seja ela homossexual ou heterossexual)? Neste caso específico, e recuperando o Projecto de Lei, que agora foi levado pelo Presidente da República Portuguesa ao Tribunal Constitucional:

"Quando duas pessoas do mesmo sexo sejam casadas ou vivam em união de facto, exercendo um deles responsabilidades parentais em relação a um menor, por via da filiação ou adoção, pode o cônjuge ou o unido de facto coadotar o referido menor", diz o diploma, que restringe o direito de coadoção a pessoas com mais de 25 anos e à não existência de "um segundo vínculo de filiação em relação ao menor".

Ou seja, se um dos elementos de um casal homossexual já tem um filho (biológico ou adoptado por este) o objectivo deste projecto de lei é permitir ao outro elemento do casal (o que não tem o filho) poder exercer todos os direitos e responsabilidades sobre essa criança, como se fosse sua (desde o início). Posto isto, só me cabe dizer, obviamente que sou a favor. Não vejo onde está a dúvida. Tal e qual como no caso dos casais heterossexuais,  se uma pessoa que tem filhos e decide partilhar a sua vida com uma pessoa, parece-me lógico que os filhos de um dos elementos do casal sejam também do outro elemento. Ou não? Partilhar uma vida com uma criança não é isso mesmo? Dar amor, carinho, educar. Onde está nesta situação o comportamento desviante, como muitos lhe chamam? É mais uma vez a hipocrisia social a falar. "Podes ser homossexual, ter um filho e partilhar a tua vida com uma pessoa do mesmo sexo, mas essa pessoa não pode ser o pai/mãe dos teus filhos". Qual a lógica deste pensamento?

O que me parece é que as pessoas, mais uma vez desinformadas ou mal informadas, estão a confundir tudo. Co-adopção e adopção não são a mesma coisa. No primeiro caso, a criança já está inserida na família, no entanto são negados direitos e deveres a uma parte dessa mesma família. Mais uma vez, a sociedade portuguesa a optar pelo cinzentismo. Querem fazer parecer que são mais tolerantes, menos "botas de elástico", mas são mais hipócritas que nunca. Analisando friamente esta situação, tenho de ser radical e afirmar que não concordo com a co-adopção, mas sim com a adopção plena. A teoria do "copo meio cheio ou meio vazio" não faz sentido. As emoções, a liberdade, o amor, o carinho a estabilidade que uma criança precisa não pode ser balizada entre dois extremos, deves ser total. Mas a sociedade portuguesa, só da "baby steps", quando os consegue dar.

É como a teoria de que uma pessoa solteira, não tem tantas capacidades para educar uma criança do que um casal. Mais uma vez qual a lógica disto? Porque os solteiros tem muito mais dificuldades em adoptar uma criança do que um casal? Porque o tradicional é sempre melhor? Óbvio que não é! As crianças que se encontram para adopção, vieram de uma situação familiar mais tradicional do que muitas das que lhes querem dar uma nova casa. No entanto, elas foram dadas para adopção... Estranho não? Tradicionalmente a mulher também ficava em casa em vez de ter uma carreira. Quantas mulheres são muito melhores profissionais que os homens? Milhões! O mundo evolui, a sociedade tem de evoluir, ou corre o risco de se perder para sempre...

Quando a este tema em concreto e para finalizar, como dizia uma amiga minha: "todas as crianças que possam vir a ser adoptadas por um casal homossexual, foram geradas e rejeitadas por um casal homossexual!"

Acto de Praxe? Claro que não!

Pensei muito em escrever este texto. Não pela temática em si, apesar da polémica, mas por ser agora. Acredito que há timings para tudo e contrariamente à maioria das pessoas, nunca gostei de comentar determinados assuntos, ver filmes que são catalogados como verdadeiras obras primas da sétima arte, ou ler livros, assim que são lançados quando estes já vêm com uma critica fortemente associada. Sempre preferi deixar arrefecer estas febres e depois então comentar, ver, ler, julgar... E tudo isto por uma razão, quando existe uma carga emocional muito forte, o ser humano tem tendência a não conseguir separar as suas emoções das emoções externas (como é o caso das críticas, comentários, opiniões de terceiros) o que acaba por falsear o objectivo a que me propus inicialmente, ou seja, opinar por mim, sentir por mim, ver com os meus olhos. Tudo isto para falar de um dos assuntos do dia na sociedade portuguesa: as praxes.

Como vem sendo hábito da imprensa portuguesa, e com tendência a piorar, a especulação é a principal âncora de qualquer furo jornalístico e por esse motivo nem sempre as coisas são o que parecem. Neste caso concreto "A Tragédia do Meco" - como muitos apelidaram, não me cabe a mim julgar o que quer que seja, porque segundo sei, ainda ninguém sabe de nada. Quem estava lá e sobreviveu, não fala e ainda ninguém consegui apurar coisa alguma.

No entanto e relativo às praxes, sou a favor. E antes que seja crucificado em praça pública, vou explicar porquê. A praxe, na sua essência e pelo que é suposto, tem como objectivo a integração de um grupo de pessoas (os caloiros) numa sociedade específica (o meio universitário), deste modo só posso ser a favor. Excepções, como em tudo na vida, são isso mesmo, excepções e por isso não devem ser motivo para anular uma regra, mas já lá vamos. Não nos podemos esquecer, que quando a praxe foi fundada a sociedade era muito diferente do que é hoje. A grande maioria dos estudantes, deixava as suas casas para ir estudar para centenas de kms de distância. Havia poucas universidades, as cidades portuguesas estavam temporalmente muito distantes umas das outras, muitos dos alunos vinham a casa duas vezes por ano, alguns nem isso. A família universitária era isso mesmo, a única família de muitos deles e por muitos e longos meses. O objectivo era um só, a união e a integração de vários alunos "desenraizados" numa família. Pessoas de diferentes classes sociais, de vários pontos do país, com um objectivo comum: estudar e tirar um curso superior. Aliás foi essa o motivo da criação do traje académico. A uniformização de pessoas, de meios, de classes económicas.

Fui estudante em Coimbra, praxei e fui praxado. Escolhi Coimbra porque quis. Fui praxado porque quis e praxei porque quis. Nunca fui obrigado a nada. Conheço quem não tenha querido ser praxado, e não foi. Quem tenha querido praxar e desistiu, porque simplesmente não queria ou não gostava. Nunca assisti, nem conheço ninguém, que tenha tido necessidade de participar em rituais, como os descritos na "Tragédia do Meco". Pelo menos, não associados a praxe académica, mas isso já são "outros quinhentos". Que o que se passou foi um acidente? Não tenho dúvida nenhuma! Que é de lamentar que se tenham perdido vidas em algo tão ridículo? Obviamente que sim! Mas não acredito que nenhuma daquelas pessoas, tenha participado de forma involuntária. Podiam não saber ao que iam, na sua totalidade, mas as pessoas têm de usar a cabeça, pensar por si próprio e decidir em consciência os passos que dão. Não estou a desculpar actos violentos, que colocam a integridade física em risco (como já aconteceu no passado em algumas universidades em sede de praxe), isso não tem desculpa e deve ser punido com mão pesada, mas mais uma vez não saber "separar o trigo do joio" não me parece ser o caminho a seguir.

E contrariamente a muitas etapas, desafios e obstáculos que existem na vida académica, a integração na praxe é voluntária. Não é o serviço militar e mesmo esse, também já é voluntário (felizmente!) só o integra quem quer. E sinceramente, podem tê-lo apelidado como acto de praxe académica, mas o que se passou naquele dia no Meco, não tem nada a ver com praxe académica, nada! Onde já se viu, assinar termos de responsabilidade, onde está escrito que um dos riscos possíveis é a integridade física do aluno, para ser praxado? Por favor não sejamos inocentes. Falta deslindar muita coisa!

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Saudade

Saudade... Palavra que define um misto de sentimentos. Numa só palavra a associação de várias emoções como é o caso de falta, ausência, perda. Também relacionado com distância física, emocional ou ambas. Mas porque sentimos saudades? Sentimos saudades apenas do que já possuímos e perdemos, ainda que essa perda possa ser apenas temporária (no espaço e/ou no tempo). Por norma, aplicamos a palavra "saudade" apenas a pessoas ou a situações, também elas associadas a pessoas. Ou seja, temos saudades de uma pessoa em específico, ou de determinada situação que evolvia física ou emocionalmente essa pessoa, como por exemplo, umas férias, um episódio, um momento... No que aos objectos diz respeito, normalmente diz-se que se tem falta, e não que se tem saudades. Por isso é que é tão comum ouvir-se dizer que a palavra "saudade" só existe na língua portuguesa (embora também exista no galego). A maioria dos idiomas, não tem facto, uma única palavra que reúna todos estes sentimentos e emoções. Os portugueses são de facto um povo emotivo. Não quer dizer que outros povos não o sejam, evidentemente que o são, mas os portugueses não evitam expressar os seus sentimentos. E sempre assim foi. Não é por acaso que a música mais característica do povo português é o Fado. Acredita-se que a palavra "saudade" tenha nascido por altura dos descobrimentos portugueses, quando os navegadores rumaram ao desconhecido. Por essa altura, as famílias e amigos ficavam meses ou até anos, sem saber qualquer notícia dos seus. Esse misto de sentimentos (a falta, a incerteza, o medo, a angústia, a dor, a hipótese da perda) deram origem à criação de uma palavra que definisse tudo isso: nasce então a palavra Saudade! 
Existem vários "graus de saudade", provavelmente o mais comum e o mais forte é quando se perde um ente querido. Quando uma pessoa que nos é querida morre, sentimos saudades. E esse sentimento nunca se perde, pelo contrário, esse sentimento vai-se agudizando no tempo, porque sabemos que é uma situação irreversível. E é aqui, que esta palavra se torna tão diferente de todas as outra que representa, isto porque, podemos ter saudades sem estarmos angustiados ou tristes, simplesmente sentimos falta daquela pessoa em particular, mas não é forçoso que isso nos provoque tristeza. Sentimos saudades, dos momentos que partilhámos com essa pessoa, de a podermos voltar a ver, a abraçar, a sentir, mas isso não é condição essencial para que estejamos tristes ou angustiados, simplesmente existe um desejo de poder repetir esses momentos, de poder voltar a estar com essa pessoa. Pessoalmente acredito que é óptimo sentir-se saudade, e não digo isto por ser masoquista. Mas...se sentimos saudades é porque já experienciámos determinadas situações, que já privámos com determinadas pessoas e por diversas razões, fomos forçados a quebrar essa ligação, a adiar esse contacto. Acredito que nada é eterno, e por esse motivo gosto de sentir saudades. É um sinal claro de que vivi, que experienciei bons momentos, que me cruzei com pessoas que me marcaram de forma positiva,  isto porque... ninguém tem saudades de coisas más, de pessoas que não gosta, de situações incómodas.

P.S - Ontem, dia 30 de Janeiro, celebrou-se o Dia da Saudade.



"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perde
(...)" 

Mariza -Chuva

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Amor vs Carreira

Continuo a não acreditar na felicidade plena. Ou se tem um bom emprego e por conseguinte um bom ordenado e uma vida minimamente confortável, ou se tem o amor. Para mim estes dois "temas" são como duas faces da mesma moeda. Não existe uma única perspectiva em que se consiga visualizar com nitidez, a cara e a coroa. E mesmo quando uma moeda está "em pé", o equilíbrio não existe. Afinal, não vemos nem a cara nem a coroa. O amor e a carreira, andam sempre lado a lado, mas nunca se tocam. Não é possível. Desculpem lá o desabafo, mas hoje estou "rezinga", estou descrente e vou agarra-me à "bóia" que me garante melhores hipóteses de viver para contar a história. Escolho a Carreira. Só depende de mim! A carreira, o futuro promissor, depende quase na totalidade de quem se esforça e trabalha, quanto ao Amor... ai o amor... Olha falaremos disso mais tarde! Num dia mais azul, numa mesa de café ou... talvez num livro...

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Emigração: desejo ou necessidade?

Por estes dias muito se fala de emigração. Lançam-se crónicas nos jornais de maior tiragem nacional, assistem-se a grandes reportagens nos principais espaços informativos da televisão portuguesa, escreve-se e comenta-se nas redes sociais a respeito deste tema. Todos tem um opinião a dar, e ainda bem que assim é. Quando se trocam opiniões, agitam-se as mentes, lê-se mais, investiga-se, procura-se conhecimento. Ou então não... Opina-se e pronto...

O tema emigração nunca esteve tão actual como hoje, mas não é um fenómeno novo, nem a nível nacional, nem tão pouco a nível global. Desde a fundação da humanidade, que existe necessidade de mudar de território quando os recursos se esgotam. Evidentemente que nos dias de hoje, falamos de outro tipo de recursos, e a uma escala completamente diferente. No que a Portugal diz respeito, estamos neste momento a assistir à terceira fase migratória desde que existem registos. A primeira no início do século XX, a segunda nos anos 60 e 70 do mesmo século, e a terceira que se iniciou no início do século XXI e que agora vivenciamos. Mas o que mudou?

Na realidade mudou tudo! As pessoas que emigram são diferentes, a sociedade em que estão inseridas e as motivações também são outras, o que leva as pessoas a procurarem outros objectivos, outros países, outras condições. Na minha opinião, existem dois grandes tipos de emigrantes. 
O primeiro tipo, e talvez o mais parecido com os emigrantes das outras fases migratórias, é constituído por pessoas que são forçadas a emigrar. Ou seja, são pessoas que não tinham qualquer intenção de deixar Portugal, simplesmente fizeram-no porque deixaram de ter condições de subsistência, faltou-lhe o trabalho, as contas acumularam-se e não tiveram outra solução senão partir rumo a um destino mais favorável. São pessoas de qualquer grau académico, muitas delas com famílias estruturadas (a dita família normal, se bem que o conceito de normal tem sido alterado - e ainda bem!), mas que tem de partir. São forçadas a fazê-lo.

O segundo grupo é constituído por aqueles a que eu gosto de chamar "Os inconformistas". Muitos deles tem trabalho (adequado á realidade que o país atravessa), mas querem mais. Mais dinheiro, mais desafios profissionais, um cargo superior a que não terão acesso se continuarem em Portugal, querem conhecer novas culturas, mudar de ares, procurar outros horizontes, crescer. Sentem que necessitam de "levantar a âncora" para poderem crescer. Não emigram porque são obrigados, mas porque querem. E são muitos! Geralmente são pessoas que vivem para o trabalho, que estão focados em objectivos (a curto, médio prazo) relacionados com a carreira. Por norma partem à aventura, conscientes de que alguns sacrifícios compensarão no futuro. Mais do que sair do pais, juntar uns trocos para regressar a Portugal e comprar uma casa, querem viver e experiênciar o que o mundo tem para oferecer. Acreditam que o mundo tem muito mais para oferecer, e têm razão. O mundo apresenta-se como uma fonte inesgotável de desafios.

Mas então sabendo que existem estes dois grandes grupos (é um facto, é inegável assumir que assim seja), porque se focam a maioria das reportagens, das crónicas, das entrevistas apenas no primeiro grupo? No emigrante desgraçadinho da "mala de cartão"? No português que até estudou, como lhe foi sugerido, e que agora é abandonado pelo seu querido Portugalinho e tem de se fazer à angustia de abandonar o seu pais?  Sinceramente não tenho uma resposta concreta para dar, mas sinceramente acredito que é uma característica portuguesa, está enraizado na mentalidade dos lusos. Um povo sofredor, que tem de se descrever como tal, conformado com que a vida lhe reservou, triste e melancólico... Mas na realidade os portugueses não são nada assim, ou até são, mas porque estão inseridos numa nuvem que os "obriga" a tal. Porque no dia em que os portugueses "saem da casca" a que chamam país, tudo muda. E como muda!  É um povo que bem recebe, que se adapta, que se mistura, que se diverte e que diverte os outros. Mas dar o passo é difícil, sair da zona de conforto pode ser complicado...

E por ironia do Destino, quando um "Tuga" brilha no estrangeiro, é a jóia da coroa, perdão da República! Os media gastam litros de tinta, minutos de reportagens, centenas de imagens a valorizar o que é nosso. E aí surge a questão: mas então este talento foi desperdiçado pelo seu próprio país? Esta mente brilhante? Nessa altura surgem os inconformistas que gritam a plenos pulmões: estes talentos saíram obrigados de Portugal? Não! Estes eram aqueles que secretamente, gritavam, fervilhavam, ansiavam por mais! Eram aqueles que conseguiam pagar as suas contas sempre a tempo, aqueles que viviam com algum conforto em Portugal, mas que quiseram ir á luta, eram aqueles que tinham um sonho. Um sonho demasiado grande para ficar preso em pouco mais de 92 mil kms quadrados, plantados à beira do Atlântico. Foram os que ousaram seguir um impulso. São os que partilham o mesmo espírito empreendedor dos fundadores do que outrora foi o primeiro império global da história e também maior império colonial europeu. 

E para finalizar, convém não esquecer, que apesar de toda a propaganda exercida pelos meios de comunicação social, os números actuais de emigrantes, ainda não alcançaram os dados das décadas de 60 e 70, estão lá perto, mas ainda não alcançaram. O que faz confusão a esta gente, é que no passado quem emigrava eram os "pobrezinhos" hoje em dia são "os senhores doutores", mas num país onde o número de licenciados continua a aumentar vertiginosamente, não podemos achar estranho que não haja espaço para todos dentro de portas. É uma questão de bom senso, quando a oferta é maior que a procura, alguém tem que ficar de fora.


O emigrante português, visto pela maioria. Mudam-se os tempos, mas o ar triste, e melancólico continua lá, afinal há coisas que nunca mudam... Como é o caso das mentalidades, todos dizem que são mais tolerantes, respeitadores, que têm uma mente "aberta e arejada", mas... têm mesmo? (Imagem retirada da internet)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Porque temos Medo? Porque nos deixamos dominar por este sentimento?

Existem diversas definições, consoante o ponto de vista, a área a que está afecto e evidentemente, dependendo de quem define, mas de uma forma simples podemos definir como "(...) uma perturbação angustiosa perante um risco ou uma ameaça real ou imaginária. O conceito também se refere ao receio ou à apreensão que alguém tem de que venha a acontecer algo contrário àquilo que pretende.(...)". Falamos de medo. O medo existe, é o que permite ao Homem "decidir" como se comporta perante determinado acontecimento. Este sentimento é o responsável pelo mecanismo fisiológico denominado "Fight-or-flight", que traduzido à letra pode ser algo como "lutar ou fugir". Mas que mecanismo é este? Não é mais que uma resposta fisiológica, induzida por um desencadear de factores hormonais que permitem a um animal, o Homem incluído, reagir numa situação de stress agudo, como é o caso de um medo repentino. É a reacção fisiológica, incontrolável, que permite ao indivíduo reagir perante o stress agudo, quando se encontra "encostado entre a espada e a parede". Perante essa situação e como as próprias palavras indicam tem duas hipóteses, a fuga ou a luta. Evadir-se ou encarar o problema de frente e lutar. Evidentemente que no mundo animal, a luta implica um confronto físico, mas nós Seres Humanos, lutamos de que forma? De várias. Incluindo o confronto físico. Todas as formas de luta são encaradas como um encarar do problema, o enfrentar de uma situação com o objectivo de obter uma resposta, de alcançar um objectivo.

Mas quando somos dominados pelo medo, qual o caminho mais fácil? Depende. Depende da situação que nos é apresentada, depende da temática em questão. Mas uma coisa é certa, o medo é o responsável pelo hipotecar de situações, pelo dilacerar de sentimentos, pela manutenção da nuvem negra a que vulgarmente chamamos dúvida. O medo mais comum é o medo do futuro. Quantas vezes, por medo, deixamos de fazer isto ou aquilo? Deixamos de dizer o que pensamos, com medo do que os outros possam pensar, da interpretação que os outros vão dar ás nossas palavras. O medo está sempre presente. Então de que forma podemos combater este medo? Bom, não existe uma receita mágica, ou guideline que nos diga o que fazer perante esta ou aquela situação. Depende de cada um, do modo como cada um encara a vida e dos seus objectivos perante a própria vida.

E depois há a questão da bagagem. Como seres pensantes e racionais não conseguimos viver situações presentes ou pensar no futuro sem involuntariamente implicar o nosso passado. As nossas vivências passadas, influenciam todos os passos que damos hoje, ou que iremos dar no futuro. Mas isto não é forçosamente mau. É extremamente importante aprender com o passado, é assim que o Ser Humano evolui, mas não podemos deixar que o passado influencie de forma negativa o presente ou o futuro. Temos a obrigação, como seres racionais que somos, de analisar o passado e elaborar estratégias para um presente e um futuro melhores. Mas é isso que acontece na prática? Tenho de dizer que não! A maioria das pessoas escuda-se no medo para evitar desilusões e frustrações. É comum ouvirmos dizer: "nunca mais me volto a apaixonar, assim não me volto a magoar" ou "não quero pensar se vou ser promovido ou não, anseio por mais, mas pelo menos já sei com o que conto agora. Não vou trocar o certo pelo incerto." ou ainda "cuidado! Quanto maior o sonho maior a queda". E eu agora pergunto? Quem não ama é mais feliz do que aquele que ama e tem um desgosto de amor? Quem tem medo de evoluir na carreira está satisfeito com o lugar que ocupa no presente? Não quer mais? Será mais feliz o que vê alguns sonhos desfeitos, do que o que simplesmente não sonha? Temo que a resposta a todas estas perguntas seja um grande não!
Então porque a maioria das pessoas se comporta desta forma. A resposta está na primeira linha deste texto: por medo! O medo é um sentimento tão forte que ou é combatido ou te vence de forma irremediável, mas com a vantagem que quando é enfrentado torna-se quase inexistente. Porque não existe nenhum "João sem medo". O medo existe e está lá, tem de estar. É um sinal de inteligência ter medo, mas é um sinal de inteligência ainda maior, ter coragem para dominar esse medo. O medo é o que transforma as palavras: viver em sobreviver, lutar em acomodar, batalhar por desistir ou evoluir por involuir. Com base em tudo isto, cabe-me a mim perguntar: porque a maioria das pessoas prefere sobreviver em vez de viver?